sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Chandigarh Rose

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Leona Lewis - Spirit (2007)

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Álbum de estreia desta menina. A new star is born.

Mark Isham - Bobby Score (2006)

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Interessou-me muito mais o score que a soundtrack, embora esta contenha uma autêntica pérola que não tem parado de rodar por aqui: Aretha Franklin & Mary J. Blige feat. The Harlem Boys Choir - Never Gonna Break My Faith.

Lalo Schifrin - Bullitt Soundtrack (2000)

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The Assassination Of Jesse James By The Coward Robert Ford (2007)

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"Do you want to be like me?
Or do you want to BE me?"
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P.S. Zooey, I love you more and more each day baby!

Luís Freitas Lobo

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Aprecio os escritos do Luís Freitas Lobo, quer os do seu site pessoal (http://www.planetadofutebol.com/), quer as crónicas semanais que faz para o jornal "A Bola". Sobretudo aqueles em liga o futebol com as outras artes. Aqui ficam três excertos de que gostei particularmente:
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"O jogador de futebol, na maioria das vezes, joga por inspiração. Por mais que o treinador tente diminuir o lado imprevisível do jogo, surgem sempre situações fora desse laboratório. A questão é que raramente a inspiração surge por magia. "Não sei o que é essa coisa da inspiração, mas se ela surgir de certeza que me vai apanhar a trabalhar", dizia um mestre de outras artes, Picasso. Não pensem que, pelo menos neste contexto, vêm de um mundo assim tão distante. Porque, antes do jogo, a inspiração deve estar no treino, na conversa semanal, na busca de perguntas e respostas por antecipação. O jogador tem de saber para que serve cada coisa que faz em campo. Esta é uma boa forma de analisar o actual jogo de Benfica e Sporting. Ao fim deste tempo, durante os seus jogos, já é raro perguntar-me como estão a jogar. Antes pergunto-me como estão a querer jogar. É neste segundo ponto que estão os pilares da equipa. O primeiro depende só de descobrir qual a melhor forma para o fazer." [“Inspiração treina-se” in “A Bola” 2008/02/06]
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"Conta a actriz francesa Juliette Binoche que uma das raras vezes em que discutiu com um realizador foi quando, durante a rodagem de um filme, alguém lhe pediu, numa cena, para se deslocar um pouco para o lado de forma a poder ver-se um jarro que estava atrás. "Era só o que faltava comparares-me a um jarro. Se quiseres que ele se veja, levanta-te, pega nele e muda-o de lugar!". Não sei o que terá feito o realizador, mas com essa simples resposta, Binoche colocava, afinal, as coisas no seu devido lugar. Quem faz o filme é o actor, não a disposição dos adereços, por mais valiosos que estes sejam. Até os figurantes o entendem. No futebol há muitos realizadores, isto é, muitos treinadores, que confundem o essencial e o acessório. Move-te antes para aquele espaço, para que o trinco possa entrar melhor pelo meio. Cuidado, porque aí eles tem um lateral durinho. Joga antes por dentro. Indicações e mais indicações. O jogador, em geral, até aceita, mas, no fundo, está suceder-lhe o mesmo que à bela Juliette. Dão-lhe a mesma importância de um objecto, quando, pelo contrário, devia ser ele, protagonista essencial, a ditar onde as outras peças, entenda-se jogadores, se deviam colocar. Não é só coreografia. São questões de personalidade." [2007.07.26 «MUNDOS PARALELOS»: OUTRO LADO DO FUTEBOL]
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"Há uma cena em Casablanca, em que, no bar de Rick, um homem fica surpreendido por ver que Victor Laszlo, membro da resistência, ainda estava vivo. "Monsieur, julgava-o morto. Recebemos quatro vezes a notícia de que tinha morrido". O herói olha-o e responde: "Como pode ver, pelo meu aspecto, foi verdade das quatro vezes!". Lembrei-me desta cena, ao ver como Capello morreu e renasceu várias vezes ao longo da época em Madrid. O seu perfil esfíngico nunca se alterou. No fim, afastado em nome do bom futebol, retira-se com a superioridade sinistra do vencedor que ninguém gosta mas todos temem." [2007.07.25 Schuster, o anti-Capello]