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"Conta a actriz francesa Juliette Binoche que uma das raras vezes em que discutiu com um realizador foi quando, durante a rodagem de um filme, alguém lhe pediu, numa cena, para se deslocar um pouco para o lado de forma a poder ver-se um jarro que estava atrás. "Era só o que faltava comparares-me a um jarro. Se quiseres que ele se veja, levanta-te, pega nele e muda-o de lugar!". Não sei o que terá feito o realizador, mas com essa simples resposta, Binoche colocava, afinal, as coisas no seu devido lugar. Quem faz o filme é o actor, não a disposição dos adereços, por mais valiosos que estes sejam. Até os figurantes o entendem. No futebol há muitos realizadores, isto é, muitos treinadores, que confundem o essencial e o acessório. Move-te antes para aquele espaço, para que o trinco possa entrar melhor pelo meio. Cuidado, porque aí eles tem um lateral durinho. Joga antes por dentro. Indicações e mais indicações. O jogador, em geral, até aceita, mas, no fundo, está suceder-lhe o mesmo que à bela Juliette. Dão-lhe a mesma importância de um objecto, quando, pelo contrário, devia ser ele, protagonista essencial, a ditar onde as outras peças, entenda-se jogadores, se deviam colocar. Não é só coreografia. São questões de personalidade." [2007.07.26 «MUNDOS PARALELOS»: OUTRO LADO DO FUTEBOL]
.![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiahTvgJBxShozT8EW2Q2fkvoWtOoltSp0_uLmM7RdOzBFxnNoxthxOwj2uImNxqe9EAh0IGRsrBNdEXXVRP4A1OoyHaqJZITG6_poZWsLgqbuHBpSlC6Wu-_g37GtrY3pJXT52x4_I1Yc/s320/Victor+Laszlo.jpg)
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"Conta a actriz francesa Juliette Binoche que uma das raras vezes em que discutiu com um realizador foi quando, durante a rodagem de um filme, alguém lhe pediu, numa cena, para se deslocar um pouco para o lado de forma a poder ver-se um jarro que estava atrás. "Era só o que faltava comparares-me a um jarro. Se quiseres que ele se veja, levanta-te, pega nele e muda-o de lugar!". Não sei o que terá feito o realizador, mas com essa simples resposta, Binoche colocava, afinal, as coisas no seu devido lugar. Quem faz o filme é o actor, não a disposição dos adereços, por mais valiosos que estes sejam. Até os figurantes o entendem. No futebol há muitos realizadores, isto é, muitos treinadores, que confundem o essencial e o acessório. Move-te antes para aquele espaço, para que o trinco possa entrar melhor pelo meio. Cuidado, porque aí eles tem um lateral durinho. Joga antes por dentro. Indicações e mais indicações. O jogador, em geral, até aceita, mas, no fundo, está suceder-lhe o mesmo que à bela Juliette. Dão-lhe a mesma importância de um objecto, quando, pelo contrário, devia ser ele, protagonista essencial, a ditar onde as outras peças, entenda-se jogadores, se deviam colocar. Não é só coreografia. São questões de personalidade." [2007.07.26 «MUNDOS PARALELOS»: OUTRO LADO DO FUTEBOL]
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"Há uma cena em Casablanca, em que, no bar de Rick, um homem fica surpreendido por ver que Victor Laszlo, membro da resistência, ainda estava vivo. "Monsieur, julgava-o morto. Recebemos quatro vezes a notícia de que tinha morrido". O herói olha-o e responde: "Como pode ver, pelo meu aspecto, foi verdade das quatro vezes!". Lembrei-me desta cena, ao ver como Capello morreu e renasceu várias vezes ao longo da época em Madrid. O seu perfil esfíngico nunca se alterou. No fim, afastado em nome do bom futebol, retira-se com a superioridade sinistra do vencedor que ninguém gosta mas todos temem." [2007.07.25 Schuster, o anti-Capello]
1 comentário:
Luís Freitas Lobo é fantástico. A maneira como analisa a vertente táctica do jogo, a forma como pensa e escreve sobre futebol. Dá gosto acompanhar a forma como exerce a sua profissão. Agora, também pode lê-lo no jornal Expresso, aos sábados.
Cumprimentos.
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